Boletim Informativo da
Associação Espírita de Estudos Evangélicos
Francisco de Paula Victor
 

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RELIGIÕES

              Desde a antiguidade o homem traz consigo a idéia de algo superior, uma espécie de poder maior. Em tempos remotos, milhares de anos antes de Cristo, os povos admiravam os fenômenos naturais como tempestades, maremotos, ventanias, trovões, relâmpagos, atribuindo a presença de um Deus para cada ocasião. De tempos em tempos a fúria da natureza, como exemplo, os maremotos ou trovões, traziam o credo para a população de que o Deus do Mar ou o Deus dos Céus estavam furiosos ou revoltados com algo. E assim somos nós, passados os anos, o homem começou a atribuir divindade para animais. Tivemos momentos em que estes seres foram acolhidos pela humanidade como Deuses. O auge desta época vem cerca de 1300 anos antes de Cristo, na época de Moisés, em que o povo adorava e cultuava o bezerro, chegando ao despautério de adorar um objeto, o bezerro de ouro. Mais a seguir, na linha do tempo, o homem passa a ter Deus na figura de humanos, personalidades famosas que viviam ou já viveram na Terra, adorando-os como Deuses.

Analisando o passado, a maioria dos povos era politeísta. Sumérios, acadianos, babilônios, assírios, egípcios, persas, fenícios e hindus. Somente os hebreus apareciam como população que tinha crença num único Deus. Até mesmo as civilizações ocidentais, de 3000 a 476 A.C., como os gregos e romanos tinham a crença em diversos deuses. Como se pode ver cada povo teve a sua crença, os seus hábitos, cultura e consequentemente a sua religião.

Mas, enfim, o que é religião? O termo religião provém do latim, “religare”, que significa ligar novamente, religar. Logo, a finalidade da religião é orientar moralmente o homem e religar a criatura ao Criador, a Deus.

A tecnologia deu grande salto em tão pouco tempo, trazendo a disposição do homem muito conforto, muitas facilidades. Atualmente, falamos de velocidade da informação. A internet, a computação, a telefonia a e daí por diante. Desenvolvemos a nanotecnologia, com vastas aplicações em nosso cotidiano, onde jamais imaginamos e com perspectivas promissoras para próxima década (perceba que não é para próximo século). Vivenciamos a tecnologia e aplicações de células tronco, células precursoras. Experimentamos alimentos geneticamente modificados, os transgênicos. Poderíamos ficar aqui discorrendo páginas e páginas do mundo modernizado, mas é interessante que com este avanço tecnológico, ainda não há sequer uma pílula contra a angústia, um dosador de alegria, um remédio para felicidade. E a moral? Onde está o similar crescimento exponencial dado pela ciência? A sociedade evoluiu tão pouco, tão devagar nos últimos séculos, tornando a evolução moral incompatível com a científica. Mas por quê? O que falta? Onde o homem errou?

Infelizmente, os seres humanos têm dado muito mais prioridade à matéria, aos bens tangíveis, valorizando tão pouco a moral, a boa conduta. Vivemos num mundo com escassez de bons princípios como a educação, a gentileza, o altruísmo. Em pleno século XXI, como orientar o homem acerca de Deus, promovendo seu progresso moral? É justamente aqui que entra as religiões. Diversas delas, em especial o espiritismo, vêm nos demonstrar que os bens materiais são instrumentos, meios e são efêmeros. Vêm nos ilustrar que os homens não devem tornar-se escravos de suas paixões, de vícios, sexo, ambições, etc. Vêm nos divulgar palavras de conforto, pois, infelizmente, nem todos procuram a religião pelo amor, mas pela dor, visto que a modernidade mundana não possui a cura para as dores do coração, da alma. Vem evidenciar-nos que a felicidade não está tão distante. Demonstra-nos meios de boa conduta, de melhoria pessoal, da auto-análise. E nos traz, principalmente, discernimento, fazendo com que separemos o certo do errado e que possamos julgar nossas atitudes, tornando-nos responsáveis pelos atos cometidos. Além do mais, as religiões despertam as bases da solidariedade e participação, a caridade. Enfim, tornam o homem mais robusto perante a sociedade, principalmente em face de dificuldades, pois a pessoa com tal robustez sabe que Deus não criou o mal e que este é um estado momentâneo de imperfeição da alma, sendo que um dia todos serão seres puros.

Perante todos os argumentos anteriormente comentados, fica a questão: como seria a sociedade sem religião? Richard Simonetti responde com outra indagação: como seria o automóvel sem freio?

Outro ponto notável é a diversidade de religiões, já que os homens, além de suas culturas e costumes de origem, possuem visões e entendimentos diferenciados, sem contar a diversidade de estágio evolutivo de cada um. Já dizia Tenêncio: “tantos são os homens, tantas serão as opiniões”. Mas não importa, se a pessoa é cristã, islâmica, judia ou budista, enfim, o que importa é termos uma religião que nos preencha o coração, que ilumine nossa alma e que responda a todas as nossas perguntas, conquistando-nos não pela fé cega, sem indagações, mas pela análise, pelo estudo, pela reflexão, pela fé raciocinada.

Jesus Cristo disse: “tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; é preciso que também a essas eu conduza; elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um único pastor”. Por estas palavras, o Mestre anuncia que haverá tempos em que os homens se unirão por uma crença única. Talvez este período esteja distante em razão das diferenças que existem entre as religiões, do antagonismo que elas alimentam entre seus adeptos, da obstinação em se acreditarem na posse exclusiva da verdade. Todas querem a unidade, mas cada uma se lisonjeia de que esta unidade se fará em seu proveito e nenhuma admite a possibilidade de fazer qualquer concessão no que tange às suas crenças.

Reflitamos, busquemos a religião que nos completa, mas acima de tudo busquemos o maior dos mandamentos: “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Seguindo este preceito, seguramente estaremos nos ligando com o Criador em seu caminho.

 Fontes:

KARDEC, ALLAN. O Evangelho Segundo Espiritismo. 88ª Edição. Araras, São Paulo. Outubro, 1988.

SIMONETTI, RICHARD. Não Pise na Bola. 5ª Edição. Matão, São Paulo. Setembro, 1977.

 

 

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