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Boletim
Informativo da
Associação Espírita de Estudos Evangélicos Francisco de Paula Victor |
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QUANDO A MEDIUNIDADE É PROVA PARA O MÉDIUM? |
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A palavra médium vem do latim “medium” e significa meio, intermediário, ou seja, é a pessoa que pode servir de intermediário entre os espíritos desencarnados e os que se encontram aqui encarnados em um corpo físico. Porém, a definição desta palavra permite-nos uma classificação que pode ser entendida na sua acepção mais ampla ou na mais restrita. A forma com que todos os espíritos encarnados têm de possuírem uma certa predisposição biológica para permitirem neles uma influência espiritual, sendo esta simples e sutil e muitas das vezes nem mesmo percebida pelo próprio médium, é a concepção do termo em sua forma mais ampla. O caráter restrito da mediunidade é designado para todos aqueles que a possuem de maneira mais ostensiva e acentuada, podendo então vir a ser utilizada com a finalidade de transmitir o pensamento dos espíritos. Essa transmissão pode ser feita através da fala ou até mesmo pela psicografia do médium, por exemplo. Tomando-se por base a mediunidade em seu caráter mais restrito, esta também pode ser considerada como uma conquista do Espírito ou como uma ferramenta de trabalho. No primeiro caso ela ocorre naturalmente de acordo com a evolução do Espírito, por isso este tipo de mediunidade é comumente encontrado em espíritos com alto nível evolutivo, e é também conhecido como “mediunidade natural”. Já no segundo caso é usada como instrumento que pode vir a acelerar a evolução de quem apresenta essa desenvolvida, pois virá a refletir no estado de caráter de desenvolvimento do médium. Nesse caso denomina-se “mediunidade de provas”. Cabe ressaltar que a origem da mediunidade é devido a uma disposição orgânica especial do corpo físico, e não está relacionada com a evolução, a crença ou até mesmo ao grau intelectual do médium, por isso a mediunidade não pode ser “diagnosticada” e também não pode ser desenvolvida de forma a permanecer latente em quem não a possui. No entanto, ela pode ser retirada pela equipe espiritual mais elevada, caso seja feito mau uso dessa. A mediunidade não deve ser usada com finalidade mercantil ou visando apenas a autopromoção, pois isso mostra que o orgulho e a vaidade ainda encontram-se inseridos na vida cotidiana do médium. Esses sentimentos acabam por deturpar a verdadeira finalidade do trabalho mediúnico, que é o de utilizar a mediunidade com o objetivo de auxiliar e amenizar o sofrimento do próximo, por isso o uso dessa deve ser de grande responsabilidade para quem a possui. A condição moral do médium é um dos principais fatores que determinará a neutralidade e a ausência das suas opiniões e aspirações na hora de transmitir a palavra dos espíritos por ele mediado, por isso faz-se necessário estarmos sempre evitando os sentimentos de egoísmo e de orgulho, para isso é importante que o médium sempre esteja alerta em suas atitudes e também que na sua vida diária sempre esteja buscando a sua reforma íntima, isso vem a garantir que a prática mediúnica seja de caráter sério e também que a sua comunicação possua credibilidade. Conforme o que foi exposto até agora, verifica-se a possibilidade de uma associação tanto positiva quanto negativa em relação á imagem do médium. Enquanto alguns o idolatram, outros podem vê-lo como sofredor, já que a mediunidade seria uma condição imposta que levaria ao seu aprimoramento evolutivo. No entanto, devemos tratar a mediunidade naturalmente, e termos a consciência de que é dada ao médium a oportunidade de colaborar com os trabalhos da equipe espiritual e por conseqüência, vir a adquirir maior aprendizagem moral. É válido lembrar que o exercício da mediunidade pode tornar-se inconveniente e desgastante de acordo com o estado físico e moral de cada médium, por isso a mediunidade deve ser acompanhada de disciplina e responsabilidade, servindo de suporte para a evolução do médium e não um fardo que por ele deve ser carregado. Outro aspecto que cabe ser ressaltado é que a fadiga que o médium está propenso a passar é devida, exclusivamente, ao dispêndio de fluidos ocorridos durante os efeitos físicos e que logo pode ser reparada no momento de repouso do médium. Assim a mediunidade não está relacionada com qualquer estado patológico do médium ou mesmo não produzirá a insanidade em quem vir a possuir essa faculdade. Portanto, assim como as dificuldades do nosso cotidiano que podem ser encaradas sob aspectos distintos: como prova expiatória de sofrimentos ou como oportunidades redentoras de nossas imperfeições, pode-se encarar a mediunidade sob os mesmos pontos de vista, prova ou oportunidade de crescimento espiritual. Referências Bibliográficas 1- O Livro dos Médiuns - Allan Kardec; 2- Estudo sobre mediunidade - Silvio e Clarice Seno Chibeni; Revista: Reformador - Agosto - 1997; 3- Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas - Alexander Moreira de Almeida - Tese apresentada ao Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências - Área de Concentração: Psiquiatria - Orientador: Prof. Dr. Francisco Lotufo Neto - São Paulo 2004. |
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