Boletim Informativo da
Associação Espírita de Estudos Evangélicos
Francisco de Paula Victor
 
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AS RESPONSABILIDADES DO CONHECIMENTO

             Nos variados setores da atividade humana, triunfam não os mais bem-dotados, e sim aqueles que sabem o que querem e se esforçam por alcançá-lo. Assim se expressa Richard Simonetti, no livro Para viver a grande mensagem, comentando que a incapacidade e a mediocridade não são irremediáveis: somente somos incapazes até quando resolvemos realizar e somente estacionamos na mediocridade até quando nos disponhamos a pensar.

            Honoré de Balzac escrevia vertiginosamente, empolgado pelo propósito de firmar-se como escritor. Os críticos, que a princípio o ignoravam, em breve reconheciam-lhe os méritos, situando-o entre os grandes romancistas de todos os tempos.

            Demóstenes passava os dias junto ao mar, discursando. Conservava a boca cheia de seixos para vencer a gaguez, e procurava desenvolver a potência da voz sobrepondo-a ao marulho das ondas. Tornou-se, assim, o maior orador da Antiguidade.

            Thomaz A. Edison, quando em pesquisa, emendava dias e noites, permitindo-se apenas breves pausas para descanso. Tal pertinácia permitiu-lhe patentear 1.033 invenções, dentre as quais o fonógrafo e a lâmpada elétrica, suficientes para lhe garantirem lugar de destaque na galeria dos gênios.

            É comum acalentarmos sonhos de nos tornarmos gênios do Bem, principalmente no entusiasmo dos primeiros contatos com a mensagem cristã, empolgados por compensações futuras; todavia, procedemos, ainda, como o estudante motivado com a possibilidade de conquistar o diploma do curso superior, mas que não sente vocação para a árdua disciplina do aprendizado.

            A ausência de objetivos superiores é um dos grandes males humanos. Estacionados na rotina, os homens tendem a preocupar-se com ninharias, emprestando demasiada importância a acontecimentos banais, a fenômenos naturais de desgaste orgânico e ao procedimento alheio, transformando-se em eternos inquietos, em doentes crônicos e amigos da maledicência.

            Contudo, se é aceitável que o ignorante das questões espirituais viva entregue a si mesmo, na rotina dos interesses imediatistas, o mesmo não pode acontecer com o adepto da Terceira Revelação, pois sobre seus ombros pesam as responsabilidades do conhecimento.

            Não é por simples acaso que nos vemos um dia em contato com o Espiritismo, assimilando noções sobre as finalidades da Vida. É que a criança deve crescer e, espiritualmente falando, é chegado o tempo de aceitarmos os deveres da maioridade. Conservar a inconseqüência infantil, na idade da razão, é candidatar-se ao retardamento.

            Não exigem os mensageiros do Além que sejamos vanguardeiros do movimento espírita; esperam apenas que não estacionemos na retaguarda...

            Para tanto, é imperioso que mobilizemos as forças criadoras que dormitam em nosso íntimo e busquemos as metas do aprimoramento espiritual, através do esforço da renovação e da perseverança no Bem, conscientes das responsabilidades de que estamos investidos.

 

Fonte:

SIMONETTI, Richard. Para viver a grande mensagem. Rio de Janeiro : FEB, 1995.


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