01. Como pode
viver bem um casal terreno, se vive marcado pela necessidade da prova
e da expiação?
- Todas as vezes que falamos em provas e expiações e isso caracteriza
a condição do nosso mundo atual, o fato de estarmos num mundo de
provas e expiações, não significa que a gente tenha que viver mal, nós
teremos que viver bem segundo a nossa necessidade de provas e
expiações. Então a pessoa pode viver com saúde relativa a este mundo,
pode viver com alegria relativa a este mundo, como Allan Kardec ouviu
dos imortais no Livro dos Espíritos que neste mundo não poderá haver a
felicidade completa porque este mundo não é um mundo completo é um
mundo com essas características provacionais expiatórias. Todas as
coisas que acontecem aqui têm essa marca, mas isso não nos tira a
felicidade. Na resposta à pergunta 920 do Livro dos Espíritos, nós
aprendemos que embora a Terra não possa compor a felicidade total,
mas, nós podemos ser tão felizes quanto a Terra pode comportar. Então
um casal ou qualquer indivíduo pode ser tão feliz quanto a Terra nos
permite que sejamos, de modo que, não há nenhuma incompatibilidade, a
incompatibilidade haveria se nós quiséssemos viver aqui na Terra uma
felicidade do “Reino dos Céus”, aí não haveria condição.
02. Quando não houver combinação psíquica num casal, ou não houver
aceitação de um para com o outro, deve-se insistir no relacionamento?
Naturalmente que se deve incentivar o casal ao processo de
entendimento recíproco, no entanto, esta questão de ajustamento
psíquico não deveria ser deixada para ser vista depois do casamento,
deveria ser uma preocupação do par antes do consórcio, antes de firmar
este compromisso. A grande problemática que nós encontramos no mundo
atual é que as pessoas, primeiro, se experimentam, se utilizam e
depois é que tratarão de se conhecer. Seria importante que quando nos
decidíssemos ao casamento tivéssemos uma reflexão boa sobre um e sobre
o outro. Não vamos conhecer ninguém perfeitamente, nem vivendo uma
vida inteira juntos, mas, teremos um conhecimento mais amplo que nos
permita dizer se a gente suportará ou não conviver durante muito tempo
com uma pessoa assim. Depois que nós descobrimos quem é o outro e já
estamos casados deveremos fazer todo o esforço por nos reeducar e ver
se conseguimos superar a dificuldade. A separação, nesse caso, seria a
última alternativa onde o amor não conseguiu lugar.
03. Como o
Espiritismo está sendo recebido e se desenvolvendo fora do Brasil?
Podemos apontar algum ou alguns países onde há destaque de atividades
e trabalhadores em Centros Espíritas?
Nós podemos perceber que em toda a parte onde a palavra espírita tem
chegado, onde a doutrina espírita tem alcançado, principalmente depois
de 1992, ano que foi criado o Conselho Espírita Internacional, no
Congresso Internacional realizado na Espanha; Nós temos visto um
trabalho dedicado a incrementar o estudo do espiritismo em vários
países, onde não havia nada, onde havia apenas uma célula, onde havia
apenas uma célula muito rudimentar, muito limitada. Então fora do
Brasil, em qualquer que seja o país, nós não encontramos uma dinâmica
no Movimento como nós a encontramos no nosso país. No entanto, vamos
achando gradativamente as coisas indo num crescendo, que nos dá muita
esperança para o porvir. Como a doutrina espírita não nos traz essa
preocupação com a quantidade de pessoas, mas tem essa ocupação com a
qualidade dos indivíduos, vamos percebendo que na medida em que a
Doutrina vai sendo devidamente estudada e corretamente conhecida, as
pessoas que se tornam espíritas, se tornam para ficar.
Nós podemos destacar
como ponto onde o Movimento Espírita vem se saindo muito bem,
crescendo em quantidade, em qualidade, aqui na nossa América do Sul, a
Colômbia. Exatamente porque os companheiros valorosos que há naquele
país têm feito um trabalho de muito aprimoramento dos estudos, fazendo
com que, quem se aproxime, conheça o espiritismo através dos estudos.
Então nós temos visto a Colômbia se destacar junto ao Brasil, nas
devidas proporções, nesse campo do estudo espírita.
Temos encontrado nos
Estados Unidos um agrandamento do Movimento Espírita e com alegria
para nós nas mãos de imigrantes brasileiros, que vão para lá, que
levam a doutrina espírita no coração desde aqui e muitos, muitíssimos,
que não conheceram o espiritismo aqui e que chegam lá: - a questão do
afastamento da família, a carência afetiva, a busca por apoio, acabam
conhecendo o Espiritismo e descobrindo o que estavam perdendo no
Brasil. Então nós temos visto um crescimento de núcleos espíritas de
bons trabalhadores nos Estados Unidos.
04. Qual deve ser a postura do jovem espírita nas reuniões da
Mocidade e na Casa Espírita? (Frente ao trabalho e às atividades
realizadas)
Todo Centro Espírita deve ter um cuidado muito particular com as suas
crianças e com seus jovens. Não apenas porque estaremos garantindo a
continuidade do trabalho espírita na Casa e no Movimento, mas porque
nós estaremos preparando a humanidade mais feliz do porvir.
Naturalmente quando pensamos nisso, nesse cuidado, nesse carinho,
nessa atenção que qualquer direção espírita deve ter para com a
criança e o jovem, não deveremos perder de vista que na Casa Espírita,
cabe ao jovem, a busca do conhecimento de si mesmo, a busca do
conhecimento das razões que o trouxeram a esta encarnação: - Por que
eu sou filho desta família? Por que eu renasci com esses conflitos?
Por que eu carrego essas tendências? O que é que eu estou fazendo em
uma instituição espírita? O que é que eu tenho a aprender aqui? Até
onde este espiritismo será útil para a minha vida? A partir disso
caberá ao Centro Espírita integrar estes jovens aos trabalhos e
tarefas desde que eles o desejem. Será de parte do jovem integrar-se
ao trabalho da Casa todas as vezes que veja que há trabalho a ser
feito e que faltam braços e mãos. Essa união dos mais jovens com os
mais maduros permitirá sempre a transferência de experiências ou
amostragem de experiências que o jovem poderá lançar mão, poderá
utilizar para não incorrer nos erros que os mais velhos já incorreram
e para criar situações novas e positivas para o bom andamento do
futuro Movimento Espírita que começa com eles.
* Uma Mensagem aos Leitores:
- Gostaria de deixar, aos meus irmãos leitores, um abraço muito
fraterno, com a certeza que nós vivemos na Terra tempos de muitas
bênçãos, de muitas alegrias e de muitas oportunidades, haja vista,
estarmos atravessando horas de dificuldades ético-morais e termos o
conhecimento espírita que nos baliza, que nos norteia, que não nos
permite cair por ingenuidade. Nos permite raciocínios, reflexões em
torno de tudo o que nós estamos fazendo, o que devemos fazer e o que
faremos no futuro. Então, o que eu gostaria de dizer aos meus irmãos
que nos dêem a honra da leitura, é para que se apeguem a Jesus e à
Allan Kardec, estudem esses conteúdos para que a nossa própria vida,
para que suas próprias vidas, tenham maior sentido, maior valor. Com
essa preocupação de perguntar sempre: - O que é que Deus pretende de
mim? O que é que Deus quer que eu faça? Não o que é que Deus quer que
a massa faça, que os outros façam, mas o que é que eu posso e devo
fazer em nome de Deus.
Entrevista
concedida pelo médium e orador espírita José Raul Teixeira à equipe do
Jornal Limeira Espírita na noite de quarta-feira, dia 01 de Outubro de
2008, após a Conferência realizada por ele nas dependências do salão
social do Nosso Clube em Limeira.