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Boletim
Informativo da
Associação Espírita de Estudos Evangélicos Francisco de Paula Victor |
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HIPNOSE: UMA REVISÃO DE CONCEITOS |
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A hipnose, desde a antiguidade mexe com o imaginário popular e desperta a atenção não só de estudiosos como também de charlatães. No antigo Egito, vários séculos antes de Cristo, os sacerdotes realizavam experimentos com o “psique” de sãos e doentes em templos do sono, e Hipócrates, na Grécia antiga, já argumentava sobre o poder da sugestão - pedra angular da hipnologia - em seus estudos sobre a mente humana. Por ter sido desde tempos remotos objeto da atenção popular, sua utilização foi em muitas ocasiões diminuída à altura de shows circenses. Entretanto, devemos considerar que acadêmicos respeitados do passado e cientistas contemporâneos renomados têm tentado esclarecer este assunto tão debatido. O cientista Mesmer (1734-1815) foi o iniciador dos estudos sobre hipnose, que na época era conhecida como magnetismo. Suas teorias estão nos livros Influência dos Astros na cura das doenças e Sobre a Influencia dos Planetas, que tratam da influência mútua entre os corpos celestes, a Terra e os astros, e entre todos os corpos da Terra, que segundo ele se dá através de um “meio”: o magnetismo. Em sua clínica, Mesmer tratava sugestionando a mente de seus pacientes enquanto permaneciam ligados a uma imensa tina contendo limalha de ferro. Nunca se soube se era o magnetismo ou o carisma de Mesmer que realizava as curas, mas seus métodos pouco tradicionais geraram certa descrença em relação à hipnose na época. Posteriormente James Braid (1795-1860), cirurgião e espiritualista, estabelece os primeiros paralelos entre o transe hipnótico e a fisiologia. Além disso, introduz o termo Hipnotismo, trazendo um pouco mais de seriedade ao tema, embora se saiba hoje que o termo hipnose (hipnos = sono) é pouco apropriado já que o fenômeno nada tem a ver com o sono. Coube a Charcot (1825-1893) descrever a fenomenologia dos transes hipnóticos de histéricas do hospital Salpêtrière. Mas sua revelação pouco científica volta a trazer descrédito para o tema; num momento impensado, Charcot declara que “todos os hipnotizáveis eram histéricos”, quando deveria ter dito que todos os histéricos eram hipnotizáveis, segundo suas observações. Outros estudiosos modernos aplicaram também a hipnose em seus pacientes com bons resultados, como o Dr. Liébault em 1860. Atualmente, a hipnose é concebida como um estado de concentração da atenção, de relaxamento intenso, e de alta sugestionabilidade, sendo esta a característica fundamental do processo. Diferencia-se do sono e da vigília pelo padrão de ondas mentais que ocorrem no Sistema Nervoso Central (SNC), como um balanço de forças entre o SNC e o Sistema Neurovegetativo que mantêm a mente em transe. Além do estado de aceitação de sugestões, durante seu curso podem ocorrer vários fenômenos como catalepsia, distorção do tempo, amnésia, hiperminésia, clarividência, alucinações, e anestesia corporal. Por este motivo é empregada com freqüência como recurso às moléstias dolorosas crônicas - como fibromialgia, e enxaqueca, apresentando sucesso em boa porcentagem dos casos, além dos mais diversos tratamentos como depressão, fobias, estresse, e ansiedade. Existem alguns fatores importantes para que ocorra o transe hipnótico: a aceitação do hipnotizado, e o laço de confiança entre hipnotizador e hipnotizado são os fundamentais. Quando existe a confiança e o consentimento há a dissociação entre o consciente e o inconsciente do paciente que passa ao estado de alta sugestionabilidade. A hipnose, pode ser realizada entre espíritos encarnados e desencarnados, que a aplicam independentemente de seu grau de evolução espiritual. Quando é aplicada por espíritos superiores há um casamento de ondas mentais entre hipnotizado e hipnotizador, e, em alguns casos podem ser realizadas com o auxílio de aparelhos (movidos à energia solar) que medem e movimentam os pensamentos e recordações que ressurgem da memória profunda do hipnotizado. Já os espíritos pouco esclarecidos utilizam-se da consciência culpada e do remorso de sua “vítima de hoje”, aproveitando-se da idéia traumatizante como uma porta aberta para a obsessão. Inicialmente ocorre o contato psíquico sutil entre perseguidor e perseguido. Em seguida inicia-se a sugestão nos centros perispirituais, com o domínio da mente e todas as suas conseqüências. Algumas vezes pode haver a sugestão de zoantropia, alterando a forma do perispírito para a forma de animal. Os painéis mentais narrados em livros psicografados e em reuniões de desobsessão são feitos através do uso de cenas buscadas na memória profunda do hipnotizado para composição dos cenários. A hipnose é um instrumento utilizado para um determinado fim, neste caso, a obsessão, mas deve ser usada para o auxílio e para o bem como quando utilizada por espíritos superiores e profissionais competentes e bem intencionados. É sempre conveniente ressaltar que a chave da hipnose é a sugestão; estímulo perseverante que provoca aceitação e automática obediência do hipnotizado de acordo com a susceptibilidade individual em obedecer. Entretanto, em todos os casos a idéia sugerida deve respeitar os princípios morais, crenças, e convicções do hipnotizado, que jamais cederá a um impulso inferior em desacordo com seu grau de adiantamento moral. É por este motivo que a hipnose não é motivo de preocupação daqueles que temem agir contra sua vontade passando por situações constrangedoras, porque apesar da dissociação entre consciente e inconsciente, provocado pelo estado de inibição somática cortical, existe sempre a presença de um ponto vigil no cérebro ou no espírito que não permite tal situação. Devemos considerar ainda a possibilidade de Auto sugestão e Auto hipnose, que pode ocorrer com todas as pessoas nas mais diversas situações. Tomamos como exemplo o caso de pessoas pessimistas, que passam seus dias se queixando sobre como tudo é ruim em suas vidas. Muitas vezes percebemos que realmente só acontecem coisas negativas com estas pessoas, isto porque elaboram em torno de si um ambiente gerado por suas ondas mentais que propicia o surgimento de eventos negativos e até a distorção de eventos positivos em negativos. O contrário também deve ser considerado. O indivíduo bastante positivo e determinado em alcançar um objetivo gera condições favoráveis a si mesmo para que a meta seja atingida. Daí a importância em manter a mente sempre elevada a objetivos nobres, auto sugestionando-se de modo positivo e evitando pensamentos em desacordo com saúde física e espiritual, que perturbem a paz do lar, da casa espírita e do ambiente que se vive. Bibliografia: "NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE" – pelo espírito de ANDRÉ LUIZ e psicografia de FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER “A CIÊNCIA DA ALMA - DE MESMER A KARDEC” - Nubor Facure “NOS BASTIDORES DA OBSESSÃO” – pelo espírito de MANOEL P DE MIRANDA e psicografia de DIVALDO PEREIRA FRANCO |
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