Boletim Informativo da
Associação Espírita de Estudos Evangélicos
Francisco de Paula Victor
 
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Terra -  Escola dos Espíritos

           A Peste Negra. A Epidemia de Varíola em 1520. A Inundação em Johnstown. Massacres dos judeus em massa, as grandes Guerras Mundiais. Diversos conflitos como no Vietnam e até hoje no Iraque. Inundações, pragas, erupções vulcânicas, terremotos, acidentes aéreos, incêndios, desastres em eventos públicos e esportivos, atentados terroristas, pobreza, inanição, AIDS e milhares de doenças. Quantos e quantos fatos que mudaram a história e alteraram nossa perspectiva de vida, nossos destinos e mesmo o espírito humano.

Muito mais do que manchetes de jornais ou verbetes em um livro de história, estas são algumas das grandes catástrofes do mundo, tragédias que resultaram na morte de milhões de pessoas e em perdas materiais incalculáveis. Grande parte destas catástrofes é natural. No entanto, uma parcela significativa, provocada pelas mãos do homem, tais como infortúnios tecnológicos, acidentes em meios de transporte, agressões ao meio ambiente, tumultos envolvendo multidões, etc.

Por que tanta tragédia, por que tanto sofrimento, por que tamanha angústia? Por que tais problemas acontecem lá, porém não cá? Por que de um lado países tão ricos e de outro aqueles tão miseráveis? Por que de um lado uma mesa tão farta e um lar tão confortável e de outras pessoas esmolando ou morrendo de fome, sem ao menos um teto ou em condições de vida sob humanas? Por que uns com tamanha sanidade física e mental e outros estropiados e retardados? Por que tamanha corrupção? Tamanha obsessão por posses e pelo dinheiro? Quantos crimes praticados e sem punição em nossa legislação humana? Quanta miséria, quanta injustiça? Qual é o critério que Deus escolhe para o destino de cada ser, já que o mesmo é soberanamente justo e bom? Estas entre mais, são perguntas que nos levam a grandes reflexões. Porém, se o ser humano se limitar apenas a esta existência, ou à fé cega, provavelmente ficará sem respostas. Fica muito difícil entender e aceitar o panorama histórico e atual de nosso planeta se não desdobrarmos nossa visão para além das fronteiras da vida atual, carnal. O mestre Jesus já anunciou a mais de 2000 anos, porém nem todos o compreenderam bem: “não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a afim de que onde eu estiver também vós aí estejais”.

Jesus enuncia através de suas palavras o universo infinito e ilimitado e deixa claro que a Terra é tão somente um particulado nanométrico perante o todo universal. A humanidade progride, e pouco a pouco o homem vai se conscientizando do quanto é pequeno frente à grandiosa obra do Criador. Emmanuel, no livro “Religião dos Espíritos”, afirma que “temos assim, no Espaço incomensurável, mundos berços e mundos experiências, mundos universidades e mundos templos, mundos oficinas e mundos reformatórios, mundos hospitais e mundos prisões...”.

A Terra, dentre milhares de outros planetas, por questão classificatória, para melhor compreensão do homem, foi denominada um mundo do tipo expiações e provas. A doutrina espírita vem esclarecer as questões existenciais anteriormente abordadas, pois, perante a justiça Divina, a lei de causa e efeito e o princípio da reencarnação, nos mostram que habitam aqui espíritos em expiação, aqueles que recalcitram vivenciando resgates impostos por Deus ou ainda irmãos em provas, passando por resgates escolhidos pela consciência de seus débitos e necessidades. É por isso que o mal e o sofrimento dominam e ao mesmo tempo acompanhamos tão pouco adiantamento moral. São espíritos resgatando dívidas perante atitudes do passado ou mesmo daquilo que hoje aqui plantam.

É como afirma Santo Agostinho, os “seres têm que lutar, ao mesmo tempo contra a perversidade dos homens e contra a inclemência da natureza, duplo e penoso trabalho que desenvolve, a uma só vez, as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, em sua bondade, faz reverter o próprio castigo em proveito do progresso do espírito”. Assim, o mal predomina sobre o bem e Desta forma, perante tanto antagonismo, haverá homens bons e homens maus, pessoas se purificando e pessoas retardando sua evolução, haverá “mocinhos e bandidos”, bem feitores e mal feitores... Mas, como Jesus ressaltou, “aí do mundo por causa dos escândalos, porque é necessário que venham os escândalos, mas ai daquele homem por que os escândalos vêm”. Logo, é necessário na Terra, escola dos espíritos, sofrimentos variados, pois há irmãos atrasados que causam as dores e também aqueles atrasados, porém com maior consciência, que precisam da depuração, do sofrimento ou aprendizado para poder evoluir. Mas, ai daquele que faz seu semelhante sofrer, pois ele colherá frutos amargos das sementes ruins que plantou. A lei de causa e efeito é uma lei natural, uma lei física, portanto infalível.

Lutemos, busquemos nossa evolução, a felicidade. É neste mundo material que iremos buscar conhecimentos, aprendizado, depurando nosso espírito e superando nossos limites morais e intelectuais. Mas muito cuidado é requerido para não buscar a felicidade nas coisas terrenas, pois a matéria é inconstante e desta forma também a felicidade o será. Porém, se tivermos nosso coração e desejos na vida espiritual, nas coisas de Deus, alcançaremos à paz de espírito, pois o que vem do céu é sempre constante e assim iremos prosperar.

“A Terra chegou a um de seus períodos de transformação, e vai passar de um mundo expiatório a mundo regenerador. Então os homens encontrarão nela a felicidade, porque a Lei de Deus a governará”. Com esta frase do Evangelho segundo o Espiritismo, notar-se-á que um dia a Terra irá para um estado muito melhor, a regeneração. Seguramente não seja hoje, provavelmente nem amanhã, quando? Pouco importa. O fato é que só ficarão aqui espíritos que tiverem o merecimento para habitar um mundo mais civilizado, onde o bem predominará sobre o mal, onde ainda existirão desejos e sensações, porém livre das paixões exageradas. Será a calma após a tempestade. Os indivíduos trabalharão primeiramente para o bem coletivo e depois pensando na individualidade. “Mas, a natureza não dá saltos, situações difíceis acontecerão na vida do ser humano, para ‘separar o joio do trigo”. Aquele que persistir no bem, não se deixando levar pelas imperfeições, poderá certamente encontrar a tão almejada paz de espírito. Alcançando este estágio, quando mencionarmos as catástrofes e variados sofrimentos, em referência no início deste texto, ora, serão apenas traços ou marcas de uma passado remoto, agora muito claro e bem compreendido...

Bibliografia:

 O Evangelho Segundo Espiritismo, Allan Kardec.

O Céu e o Inferno, Allan Kardec.

Religião dos Espíritos, Francisco Cândido Xavier.

www.espiritismo.org - Grupo Espírita Apóstolo Paulo São José do Rio Preto. Acesso em 10/11/2007.


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