Instante
divino
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Não deixes passar, desapercebido, o teu divino instante de ajudar. Surge, várias vezes nos sessenta minutos de cada hora, concitando-te ao enriquecimento de ti mesmo. Repara, vigilante. Aqui, é o amigo que espera por uma frase de consolo. Ali, é alguém que te roga insignificante favor. Além, é um companheiro exausto no terreno árido das provas, na expectativa de um gesto de solidariedade. Acolá, é um coração dorido que te pede algumas páginas de esperança. Mais além, é um velhinho que sofre e a quem um simples sorriso teu pode reanimar. Agora, é um livro edificante que podes emprestar ao irmão de luta. Depois, é o auxílio eficiente com que será possível o socorro ao próximo necessitado. Não te faças desatento. Não longe de tua mesa, há quem suspire por um caldo reconfortante. E, enquanto te cobres, feliz, há quem padeça frio e nudez, em aflitiva expectação. As horas voam. Não te detenhas. Num simples momento, é possível fazer muito. Ao teu lado, a multidão das necessidades alheias espera por teu braço, por tua palavra, por tua compreensão... Vale-te, pois, do
instante que foge e semeia bênçãos para que o mundo
não se empobreça de miséria e, em se fazendo hoje
mais rico de amor, possa fazer-te, amanhã, mais rico de luz.
Xavier, Francisco
Cândido. Da obra: Relicário de Luz. |